Sinopse:
Este diário de viagem, iniciado em Moscovo em abril e terminado em agosto de 1900, é um documento da maior importância para compreender a evolução de Lou Andreas-Salomé.
Nesta viagem, Lou reencontra o país da sua infância. É uma época em que alcança a maturidade, e o destino surge-lhe com uma promessa de plenitude. O diário é ocasião de uma descoberta de si própria, pois a viagem é para ela uma realização do seu ser.
A Rússia evocada é também a de Tolstoi, que os dois viajantes — Rilke e Andreas-Salomé — visitam, e dos movimentos que anunciam a Revolução de Outubro de 1917.


Opinião:
“Na Rússia com Rilke” é um pequeno diário da viagem realizada em 1900 pela escritora, filósofa, psicanalista Lou Andreas - Salomé, com Rainer Maria Rilke.

A escritora cresceu no seio de uma pequena comunidade de emigrados alemães na Rússia, onde o seu pai obteve autorização do czar para criar uma igreja reformada. Falava e escrevia sobretudo em alemão, mas era igualmente fluente em russo e francês. Aos dezassete anos perdeu o pai, adotando como mestre o pastor Hendrik Gillot, que lhe ensinou teologia, filosofia, história das religiões e literatura francesa e alemã.
Convertida à religião luterana, Lou recusou uma proposta de casamento de Gillot. Partiu com a mãe para Zurique, onde se inscreveu na universidade, a única europeia que, na época, admitia mulheres.
Para a época Lou era uma mulher muito moderna, foi uma intelectual que escandalizou a sociedade por quebrar várias regras morais e por ter tido vários relacionamentos amorosos. Em 1887, Lou casou com Friedrich Carls Andreas, mas esta ligação não a impediu que se envolvesse sentimentalmente com o Jornalista e político Georg Ledebour. Em 1897 ainda casada, conheceu Rainer Maria Rilke (foi quem a acompanhou nesta viagem à Rússia), e teve uma relação amorosa que durou três anos, a amizade, essa durou por toda a vida.

Neste diário Lou não fala das suas relações amorosas, do marido apenas diz uma vez que está a escrever sobre a viagem e que lhe vai enviar uma carta, sobre Rilke também diz muito pouco.
Lou ao longo desta viagem recorda e encontra a sua infância, como se estivesse a procurar o seu verdadeiro “eu”, no fim desta viagem sente-se uma nova pessoa.
Durante viagem visita Moscovo, Tula, Kiev, Poltava, Saratov, Nisovka, Novinki, Tchudovo, Novgorod, Finlândia e Rongas.
Como religiosa, visita várias igrejas e descreve o seu interior de forma muito minuciosa, comparando-as umas com as outras, por diversas vezes menciona a relação do povo com a religião.
Esteve algumas vezes com Tolstoi, e com o filho deste.
Visitou várias galerias de arte, e explicou minuciosamente o que continha e o que interpretava em diversas obras que viu de diversos artistas Russos.
Lou para além de muito curiosa é muito descritiva, e tenta sempre ir ao pormenor de tudo o que vê e nas conversas que tem, com as diversas pessoas com que vai tendo contato ao longo da viagem. Tanto que quando descreve uma paisagem e o seu povo, é como se estivéssemos a seu lado a ver essa imagem.

Gosto bastante da capa deste livro, é muito simples, uma fotografia da autora, onde mostra toda a sua beleza e a expressão do seu olhar.
Quanto às “Notas de Tradução”, na minha opinião ficariam melhor no rodapé da página, a onde essa nota é necessária, em vez de estarem nas últimas páginas do livro. Talvez tenham optado por o fazer dessa forma devido à pequena dimensão das páginas deste livro.
Gostei de conhecer esta mulher tão ousada e inspiradora.


Para mais informações ver aqui.

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